O perfil sociológico do idoso no Portugal contemporâneo – marcado por um desfavorecimento social agravado pela idade, em que sobressaem baixos níveis de rendimento, elevada iliteracia (a maioria dos nossos velhos são, hoje, analfabetos), precariedade das condições habitacionais, elevada taxa de incidência da deficiência e de prevalência de doenças crónicas, isolamento social (em 2001, apenas 33% das famílias portuguesas incluem pelo menos um idoso, e 17,5% do total das famílias portuguesas são constituídas apenas por idosos), diminuta actividade profissional, reduzido consumo cultural e de actividades de lazer fora de casa – este perfil, pensamos, irá também ele sofrer mudanças significativas e de sinal positivo.
Os idosos do século XXI serão em maior número e mais velhos (porque viverão mais tempo), mas terão maior rendimento, mais saúde, mais instrução, melhores condições habitacionais, serão mais activos (profissionalmente e civicamente), mais conscientes dos direitos, mais disponíveis para usufruir da cultura e do lazer.
Numa sociedade que se pretende de todas as idades, o lugar do idoso será (re)inventado e a identidade do “mais velho” socialmente recategorizada.
* Paulo Machado Sociólogo. Docente do Curso de Sociologia da UAL.
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https://www.janusonline.pt/2003/2003_1_4_4.html
https://thebookshq.com/books/idosos-em-portugal.html
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